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The Board Trader Show: Melhor Solução Sustentável

Prêmio de Melhor Solução Sustentável / The Board Trader Show

Este ano iniciamos a nossa entrada, de forma mais consistente, no mercado de SP e fomos convidados pela LAR MAR (um dos nossos pontos de venda na região) para compor seu estande na The Board Trader Show com algumas pranchas. Dentre elas, algumas do nosso mais recente projeto: pranchas de cortiça (Corky).

Durante o evento, fomos selecionados entre renomados fabricantes, para o Best in Show. A Corky Fish Siebert foi votada como a Melhor Solução Sustentável.

Nossa proposta de eliminar a laminação usando uma cobertura de cortiça, com um fundo de madeira, num bloco de EPS reciclável, fez com que este projeto ganhasse destaque.

Estamos há alguns meses, juntamente com os shapers Tom Wegener, Grant Newby, Sergi da Flama Surfboards e Rodrigo Matsuda, desenvolvendo e trocando informação de forma constante, fazendo com que a evolução deste projeto, aconteça de forma rápida e consistente.

Estas pranchas encontram-se já disponíveis para encomenda, além de algumas opções à pronta entrega na nossa loja virtual (www.siebertsurfboards.com/shop).

Para mais informações e detalhes técnicos sobre as pranchas de cortiça, acesse: www.siebertsurfboards.com/surfboards

Felipe Siebert recebendo Prêmio
Felipe Siebert e Edinho Leite
Estande LAR MAR (Foto: Alexandra Iarussi)
Corky e Hollow Wooden Siebert
Grant Newby, Tom Wegener, Revista Hardcore
Skate Siebert LAR MAR
Felipe Siebert e Corky (Foto: Alexandra Iarussi)
Skate Siebert / Boné LAR MAR (Foto: Alexandra Iarussi)

Alaia Corky – “Revolution Board” (Revista Hardcore)

Na integra, matéria “Revolution Board” sobre as pranchas de cortiça na edição de Julho da Revista Hardcore:

Prancha de surf de cortiça. Sem quilha. Sem laminação…

Mesmo para quem frequenta as praias a décadas, este tipo de prancha causa estranheza.

A intenção é a mesmo de sempre: apenas se divertir de uma forma simples e despretensiosa.  Deslizar nas ondas.

Há poucos anos, as pranchas sem quilhas explodiram. Tom Wegener, com suas Alaias, talvez não tenha noção de quantas Alaias existem no mundo por sua causa. No Brasil, semanalmente recebo emails de pessoas que me pedem informações para fazer a sua própria. A facilidade de confecção fez com que muitos entusiastas se arriscassem neste shape, imaginando como seria deslizar nas ondas sem as quilhas.

Quem já teve a oportunidade de experimentar, está lendo e pensando: “forma simples e despretensiosa, pode até ser, mas para entrar nas ondas? Como é difícil!”

A Alaia, na sua forma original, tem pouquíssima remada e por este detalhe, exige bastante da parte física do surfista. Somamos a isto, a necessidade de uma onda com certa qualidade e a dificuldade de disputa-las com outros surfistas.

Então, se falta flutuação, basta faze-la flutuar! Por mais obvio que pareça, passaram-se alguns anos sem que ninguém desenvolvesse a solução. Bastaria maior leveza e maior espessura para melhorar a flutuabilidade, o que seria impossível mesmo com a Balsa ou Paulownia na sua forma maciça.

Recentemente estas possibilidades começaram a aparecer em alguns países: Buscando leveza, uso de materiais menos processados e agressivos somado à novas técnicas de fabricação, esta vertente underground vem criando, nas pequenas salas de shape ao redor do mundo, algumas destas novidades.

Ano passado fiquei três meses na Austrália e tive a oportunidade de visitar dois incríveis shapers com quem eu já mantinha contato virtual a bastante tempo: Tom Wegener, percussor da explosão das pranchas de madeira e Grant Newby, criador do FishFry e dos projetos das pranchas de madeira da Firewire.

Quando ambos souberam da minha viagem, fizeram questão de me convidar para conhecer os seus trabalhos de perto. Tom Wegener em Noosa e Grant Newby na Gold Coast, me receberam como se fossemos um velho amigo: trocamos informações sobre materiais e produção e Grant insistiu para que eu aplicasse alguns dos seus processos assim que retornasse.

Depois que voltei para o Brasil a ideia ficou em standby até que, recentemente, tive a oportunidade de surfar com uma Albacore, uma prancha 4’11”, sem quilhas do Tom Wegener. Surfei com ela por quase um mês e nesse tempo, a ideia de produzir uma finless voltou à tona. Este tipo de prancha é absolutamente incrível! Não só é diferente, mas a sensação de deslizar em várias direções, e ao mesmo tempo ter um bom controle da prancha, faz você surfar com um sorriso no rosto. Os demais surfistas custam a entender o que está acontecendo.

O mais surpreendente é que não é tão difícil como parece! A flutuação, e consequente remada, é maior do que a de uma shortboard comum. Pura diversão despretensiosa!

Juntamente com Sergi da Flama Surfboards de Barcelona, voltei a trocar informações com Grant e Tom sobre testes que estávamos iniciando. Neste ponto, estávamos realizando experimentos paralelos com uma variedade de materiais e métodos, buscando, além de shapers funcionais, processos e materiais simples, eficientes e menos agressivos/poluentes.

Logo que acabei o meu segundo protótipo, vi uma postagem do Rodrigo Matsuda com uma praticamente igual! Ele estava desenvolvendo este projeto paralelamente, também sem saber disso. Entrei em contato com ele imediatamente para nos atualizarmos sobre os matérias e métodos utilizados.

Estes projetos estão sendo desenvolvidos com o uso de Paulownia, EPS e cortiça. O isolamento das pranchas com óleos naturais mostrou-se bastante eficiente se realizado da forma correta. Neste formato, o EPS fica completamente isolado pela madeira e pela cortiça.

Tom Wegener comentou sobre como a Paulownia impermeabilizada com óleos naturais, desliza na água. O fato de o óleo ser um material hidrofóbico (repele a água), pode realmente causar este efeito.

As pranchas ficam extremamente leves: nossa última prancha, uma finless assimétrica baseada nos conceitos do shaper californiano Ryan Lovelace, pesou apenas 1,71Kg!

O uso de madeira juntamente com EPS é relativamente comum, mas a adição da cortiça deu novos ares a estes projetos. A cortiça tem excelentes propriedades de resistência a choques, ao calor, e tem boa aderência, permitindo um surf sem o uso de parafina para muitos modelos de pranchas.

O fato da cortiça ser um material macio, traz outra grande vantagem, principalmente quando trata-se das finless. Este tipo de prancha exige uma base mais agachada, criando um centro de gravidade baixo, facilitando o controle. Esta base faz com que os pés estejam muitas vezes de lado, e a cortiça, macia, evita agressões à estas extremidades.

Da mesma forma que acontece nas shortboards, os recentes testes tem buscado equilibrar a resistência e flexibilidade das pranchas. Pequenas alterações na espessura da madeira, reforços ou mesmo forma de colagem, tem influência direta nos resultados.

Estas técnicas em desenvolvimento, podem ser aplicadas numa variedade de modelos pois a leveza traz a funcionalidade que algumas pranchas exigem. Provavelmente este será o próximo passo depois das Finless.

O que me chama atenção neste processo é a “corrida” para criar um modelo equilibrado, onde os experimentos bem-sucedidos são imediatamente compartilhados entre este pequeno grupo de shapers, para que todos possam testar tais elementos.

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